sexta-feira, setembro 28, 2007

que podia ser,
desde que pudesse descansar um bocadinho das dores do mundo que me invadem o corpo
em pontos de interrogação.
Só porque disse que sim, que esperava
desde que pudesse sentar-me e respirar,
para que as minhas células não sufocassem com a tua ausência.
Só porque disse que sim, em muitas letras
mas em poucas palavras,
não quis dizer que me esquecia
de mim.
Só porque disse que morria um bocadinho
cada vez que olhavas para mim,
porque sabia que era mais um dos momentos
que tinhas escrito no teu caderno,
não quis dizer que te dava as letras todas, num abecedário fácil,
de línguas entrelaçadas.
Só porque disse que sim,
porque vi tantas coisas que tu não viste,
não quer dizer que não sinta a eternidade nos meus olhos
quando vejo a tua sombra
a marcar a manhã das tuas mãos em mim.
